Pessach
História de Pessach
Todos os anos no dia 14 de Nissan, judeus espalhados por todas as partes do mundo se reúnem com suas famílias para comemorar a Festa de Pessach.
Pessach é um momento muito especial quando recordarmos a grande libertação do nosso povo da escravidão do Egito, que aconteceu há muitos e muitos anos atrás, que se iniciou quando nosso patriarca Yaakov, acompanhado de suas esposas, filhos e servos, se mudaram para o Egito.
A princípio foram muito bem recebidos, pois afinal de contas, Yosef, o primogênito de Rachel, a esposa mais amada por Yaakov, era o governador naquela época. Yosef se tornou governador de uma forma milagrosa, e por tudo o que ocorreu, faraó o estimava muito e por esta razão concedeu a toda família de Yosef, a terra Góshen para que pudessem pastorear os seus rebanhos. O tempo foi se passando e o povo estava cada vez mais instalado nas terras de Góshen. Na verdade, permaneceram lá por 210 anos.
Após a morte de faraó, Yaakov, Yosef e um novo faraó assume o comando, entretanto ele não gostava do povo judeu. Ele preferiu esquecer tudo o que Yosef havia feito para o Egito.
Faraó percebeu que o povo judeu estava cada vez mais numeroso, claro, pois H’Shem estava cumprindo a promessa que fez a nosso patriarca Avraham, de que seus descendentes seriam tão numerosos quanto as estrelas dos céus.
Então para que isso ocorresse, H’Shem realizou um milagre. As mães judias davam à luz não somente a um bebê por gestação, mas seis bebês por vez! Imaginem só a quantidade de crianças espalhadas pelas terras do Egito! Por isto, faraó decidiu criar um plano para que as famílias judias parassem de ter tantos bebês, pois na mente perversa dele, o povo judeu poderia se rebelar e tomar o comando do Egito, por ser mais numeroso dos que os egípcios.
Ele se reuniu com o conselho real e decidiram que escravizariam o povo judeu e os fariam trabalhar dia e noite. Desta forma, cada pai ficaria longe de sua família e não teriam mais filhos.
Assim foi feito, o povo judeu passou a ser escravizado e maltratado pelos oficiais egípcios que eram muito cruéis e faziam nosso povo trabalhar rápido e sem descanso. Se algum judeu ficasse mais devagar devido ao cansaço, os oficiais o golpeavam com um chicote e o forçavam voltar ao trabalho. Os policias judeus que foram designados para tomar conta dos escravos, não os chicoteavam, eles preferiam serem chicoteados pelos Egípcios do que machucar seus irmãos, por esta razão, foram recompensados tornando-se os zekenim, isto é, os anciãos do povo judeu, após a saída do Egito.
Faraó percebeu que seu plano não estava funcionando, pois as famílias judias continuavam a crescer. Foi então que ele chamou as parteiras do povo judeu chamadas Shifrá e Puá, e ordenou a elas que matassem sufocados os meninos que nascessem. Shifrá e Puá eram tsidcaniot, e decidiram desobedecer a ordem maléfica de Faraó, mesmo sabendo que isto poderia custar suas vidas.
Faraó, quando soube que as parteiras não haviam obedecido sua ordem, ficou furioso e chamou novamente Shifrá e Puá, e aos berros perguntou: “Por que deixaram os meninos judeus vivos? Elas de imediato reponderam: Não é nossa culpa, Vossa Majestade! Nós nunca somos chamadas a tempo. As mulheres judias rezam por um parto rápido e sem dor, e quando chegamos o bebê já nasceu. Por esta, atitude corajosa, Shifrá e Puá foram recompensadas e deus descendentes de tornaram os líderes do Povo Judeu: Cohanim, leviin e reis.
Faraó percebendo que não conseguiria matar os judeus em segredo, ordenou que todos os ameninos judeus que nascessem fossem jogados no Nilo. Foi um período muito triste para todo o nosso povo.
E foi exatamente nesta época que Moshê, o libertador do nosso povo, nasceu. Entretanto, os egípcios não conseguiram encontra-lo. Sua mãe, Yocheved, conseguiu escondê-lo por 3 meses. Após isto, ficou com medo de que encontrassem Moshê e resolveu escondê-lo no Nilo, pois ela pensou que se o escondesse no Nilo, os astrólogos de Faraó leriam nas estrelas que o bebê que eles tanto temem já teria sido jogado no Nilo e ele então anulará o decreto de jogar os bebês no Nilo. Sim, pois os astrólogos haviam previsto que estava prestes a nascer um menino que libertará o povo judeu do Egito, e por isto, faraó fez o decreto apenas para os meninos judeus.
Yocheved pegou um cesto de junco e colocou uma cobertura sobre ele, jogou piche por fora e argila por dentro, assim não afundaria na água. Ela colocou o cesto entre os juncos, para que assim ninguém o encontrasse. Miriam, irmã mais velha de Moshê, o acompanhou de longe para ver o que aconteceria com seu irmão. Foi então que ela avistou, uma mulher com servas, próximo ao cesto.
Quem será esta mulher? Será que encontrará Moshê? O que acontecerá com Moshê?
Esta mulher era nada mais nada menos, que Bátia, a filha de faraó, que viu pegou a cesta e ficou encantada com o lindo bebezinho que estava dentro.
Miriam ficou de longe, observando o que ela faria com Moshê.
Quando ela abriu o cesto Moshê começou a chorar, então Bátia se apiedou dele e mandou chamar alguma egípcia que pudesse amamentar o bebê, entretanto, Moshê se recusou a mamar. Foi então que Miriam foi buscar Yocheved e então Moshê mamou o leite de sua mãe.
Bátia decidiu que Yocheved cuidasse do bebê, até que ele desmamasse, e ela a pagaria por isto.
Quando Moshê completou 2 anos de idade, Bátia o levou para o Palácio, e cuidadava de Moshê com muito amor.
Moshê vivia no palácio com todo o conforto, mas estava sempre triste, pois quando soube que era judeu, sentia-se muito mal, em ver todo o seu povo sofrendo.
Foi então que ele pediu para que faraó permitisse que ele supervisionasse o trabalho do povo judeu. Desta forma, poderia ajuda-los de alguma maneira.
Certa vez, Moshê viu um egípcio batendo cruelmente em um judeu, de forma que ele não suportaria e morreria. Moshê era cheio da presença divina, e viu que aquele egípcio era um rashá – perverso da pior espécie. E percebeu que quem merecia a morte era ele. Então ele citou um dos nomes do Eterno, e o egípcio morreu. Moshê pediu segredo do que ocorrera.
No outro dia, algo estava ocorrendo no mesmo local, mas eram dois judeus brigando, quando um levantou a mão para bater no outro, Moshê logo gritou e pediu que parasse pois um judeu não deve bater em outro judeu. Foi quando o mesmo respondeu? Você é muito jovem para mandar em mim, acaso vai querer me matar como fez com o egípcio?
Moshê ficou muito triste, pois havia pedido segredo sobre isto, ele tinha medo que H’Shem ficasse bravo pelo povo estar fazendo lashon Hará dele.
Como os dois judeus que estavam brigando, ficaram com muita raiva de Moshê, foram até faraó e lhe contaram que ele havia matado um egípcio. Imediatamente, faraó ordenou que Moshê fosse morto. Mas quando o soldado egípcio lançou a espada sobre o pescoço de Moshê, H’Shem fez com que seu pescoço ficasse tão endurecido que a espada voltou e matou o soldado. H’Shem também emudeceu faraó, ele não poderia mandar matar Moshê novamente, e fez com que todos ficassem cegos para que Moshê pudesse fugir.
Moshê sabia que faraó tinha espiões por todos cantos, por isto, viajou para terras mais distantes, até que chegou em Midian. Logo que chegou, viu que havia algumas moças sendo perturbadas por alguns pastores, que as impediam de darem água para suas ovelhas. Moshê se livrou dos pastores e ajudou as moças a darem de beber às ovelhas.
Quando as moças voltaram para casa, o pai chamado Yitro, perguntou o por que de terem chegado mais cedo naquele dia, pois sabia que os pastores eram malvados e dificultavam o trabalho das moças.
Elas contaram o que havia ocorrido. Então Yitro mandou chamar Moshê para agradecer.
Quando Moshê contou tudo o que havia ocorrido com ele no Egito e que estava fugindo de faraó, Yitro ficou com medo e jogou Moshê no poço por 10 anos. Durante este tempo Tsipora o alimentava todos os dias, e por isto Moshê sobreviveu.
Passados os 10 anos, Yitro libertou Moshê do poço.
No jardim da casa de Yitro havia um bastão fincado na Terra, que ninguém conseguia tirar, pois o bastão, fora feito pelo Eterno e dado a Adam. Então Yitro fez uma promessa: “O Homem que tirasse o bastão, ele daria uma das filhas em casamento”. Moshê tirou o bastão e assim Yitro deu sua filha mais especial para que Moshê se casasse. Esta era Tsipora.
Após se casar com Tsipora Moshê permaneceu com Yitro.
Certo dia, quando Moshê apascentava as ovelhas de seu sogro, teve uma visão estupenda! Uma sarça que ardia em fogo, mas que não se consumia. Ele então, decidiu se aproximar para observar melhor o milagre que ocorria. Neste instante, uma voz chamou seu nome e disse: “Moshê, Moshê”! “Eu Sou o D’us de teu pai, o D’us de Avraham, o D’us de Yits’chak e o D’us de Yaakov. Moshê com medo escondeu o rosto. E H’Shem continuou: “Tenho visto o sofrimento do meu povo que está no Egito, e ouvi o seu clamor e decidi libertá-los da escravidão.
Agora você deverá ir até Faraó e libertar o Meu povo da servidão
Moshê ficou com muito medo, pois tinha vários motivos para não voltar ao Egito, mas mesmo assim, decidiu confiar no Eterno, e fazer a sua vontade.
H’Shem ordenou que Arão, o irmão de Moshê fosse encontra-lo no caminho.
Após se encontrarem e falarem com os anciões do povo, foram até faraó e pediram para que o povo fosse libertado para servir ao Eterno. Entretanto, faraó além de negar tornou o trabalho do povo ainda mais pesado.
Moshê e Arão obedecendo a ordem do Eterno foram até faraó novamente, para pedir a libertação do povo. Faraó pediu algum milagre para que ele acreditasse que o Eterno era realmente D’us e assim libertaria o povo. Foi quando Arão jogou seu bastão e ele se transformou em serpente. Faraó chamou seus magos e eles fizeram o mesmo, entretanto o bastão de Arão engoliu o de Faraó. E assim o coração dele se tornou endurecido e não libertou o povo.
Moshê avisou que se ele não abrisse mão de todo o povo, ele e o Egito teriam muito sofrimento. Mas faraó não amoleceu. Por isto o Eterno enviou 10 pragas sobre o Egito:
1 – Dam – as águas se transformaram em sangue
2 - Tsefardea – sapos
3 – Kinim – Piolhos
4 – Arov – Animais selvagens
5 – Dever – Peste - Morte dos animais do Egípcios
6 – Shetin – Sarna
7 – Barad – Chuva de Pedras
8 – Arbeh – Gafanhotos
9 - Choshech – Escuridão
10 – Makat Bechorot – Morte dos primogênitos
Somente depois da morte de seu próprio filho, que Faraó libertou o povo judeu.
Mas será que os primogênitos do povo judeu morreram também?
Não, apenas os primogênitos do Egito. H’Shem avisou ao povo que esta praga assolaria os egípcios, e todos os judeus que obedecesse as intruções de H’Shem não teria seu primogênito morto.
Para que isto ocorresse cada judeu deveria separar um cordeiro para sacrificá-lo para H’Shem, este seria o Corban Pessach e colocar o sangue nos umbrais de suas portas. Desta forma o primogênito seria poupado.
Este foi também um teste para nosso povo, pois este animal era considerado sagrado para os Egípcios, então se eles descobrissem que as famílias judias estavam sacrificando-0s eles seriam mortos. Mesmo assim, todas as famílias decidiram obedecer ao Eterno.
Então na primeira noite de Pessach a meia-noite, H’Shem desceu sobre o Egito e matou todos os primogênitos dos Egípcios, foi um tormento.
Faraó acordou com os gritos das esposas e dos nobres, pois seus filhos estavam mortos. Então ele soube que deveria fazer algo rápido, pois temia por sua vida, já que ele também era primogênito.
Faraó enviou pessoalmente foi procurar Moshê e Arão, e desta vez implorar para o povo judeu ir embora do Egito.
Então, na manhã seguinte, Bnei Yisrael, deixaram a terra do Egito. Bnei Yisrael havia preparado massa de pão para ser assada e levada para a viagem, entretanto, os egípcios os precionaram tanto para irem embora que levaram a massa crua e ela não cresceu e assou no caminho com o sol do deserto, se transformando na matsa.
Moshê ordenou, que o povo pedisse ouro e prata para seus vizinhos egípcios, e eles lhe deram tudo o que pediam, para que se cumprisse a promessa de H’Shem feita a Avraham quatrocentos anos antes: “Seus filhos estarão em uma terra estrangeira, e serão escravos lá. Mas, depois, eles sairão com grandes riquezas.
Depois que Bnei Yisrael saiu do Egito, Faraó se arrependeram do que fizeram e saiu com seu exército para captura-los novamente.
Quando Bnei Yisrael viu o exército de faraó vindo em sua direção ficaram desesperados de medo, e clamaram a H’Shem por ajuda, pois não havia saída, pois logo à frente estava o Yam Suf.
Moshê, então ordenou em nome de H’Shem, para que seguissem em frente, pois H’Shem faria um milagre. Então H’Shem ordenou que Moshê esticasse a mão e o mar se abriu e todo o povo passou a seco pelo Yam Suf.
Assim que o último judeu saiu do Yam Suf o Eterno ordenou que Moshê esticasse sua mão e o mar se fechou novamente e o exército de faraó estava dentro dele afogou completamente.
Então todo o povo se alegrou e cantaram uma shirá, canção de louvor em agredecimento a H’Shem pelos grandes milagres e livramentos concedidos.
Por isto, todos os anos não podemos trabalhar no primeiro e no sétimo dia de Pessach, pois no primeiro dia nosso povo saiu do Egito e no sétimo foram totalmente libertos da tirania egípcia.
Pessach e Matzot
Pessach significa literalmente "passagem", e nos faz lembrar o êxodo do Egito, a libertação da escravidão de Bnei Yisrael. A determinação para Pessach está na Torah que diz: "No primeiro do mês, aos 14 dias do mês, à tarde, é Pessach para o Eterno. E aos 15 dias do mesmo mês, é a festa de Matzot para o Eterno."Vaicrá 23: 5 e 6.
Matzot é a festa dos pães sem fermento. Durante 7 dias tira-se, cinco cereais do lar: Aveia, Espelta, Trigo, Cevada e centei. Como também seus derivados, pois quando Bnei Yisrael sairam do Egito prepararam massas de pães para levarem para viagem, entretanto os egípcios os pressionaram para saírem o mais rápido possível, e assim, não deu tempo para o pão fermentar, transformou-se em Matza e por esta razão comemos durante os 7 dias de matzot.
Preparativos para Pessach e Matzot
Em função de limparmos minuciosamente todos os cômodos da casa, há o costume de iniciar a limpeza logo após a festa de Purim.
Clique na imagem ao lado, para imprimir o check list de Limpeza para Pessach
Elementos do Seder de Pessach
Matsot
Três matsot devem ser colocadas sobre a mesa dentro de um pano com divisões (ou coloca-se uma matsá em cima da outra, com guardanapos intercalados entre elas).
Zeroa
Zeroa significa antebraço, e nos mostra o fato de Ribono Shel Olam ter liberto nosso povo do Egito com seu Braço Estendido. Na Keará, se coloca um osso de Frango.
Betsa
Um ovo cozido é colocado na Keará, para celebrar o sacrifício de Chagigá, que foi oferecido no Beit Hamikdash juntamente com o sacrifício de Pessach.
Maror
Maror são as ervas amargas que nos lembram quão difíceis foram os dias de escravidão do nosso povo no Egito. Pode ser feita com os seguintes elementos:
Raíz forte crua descascada e ralada
Folhas de endívia;
Talos ou folhas de alface romana lavados e verificados;
Ou a combinação de todos os itens acima
Carpas
Cebola crua ou batata cozida são mergulhadas na água salgada.
Charosset
Charosset é uma massa feita com maçãs, pêras e nozes liquidificadas ou raladas, misturadas com uma pequena quantidade de vinho tinto, lembram, a argamassa usada no Egito para fabricar tijolos.










