O poder da música
- Flávia Miranda
- 26 de mai. de 2015
- 2 min de leitura

A música não é uma coisa simples. Ela toca cada alma e cada coração em toda sociedade e toda cultura.
Meiri (erudito e comentarista do Talmud), fala a respeito do Tehilim 47:8, sobre as últimas palavras do versículo, Zamru Maskil, (melodias de discernimento) e salienta que as canções do povo de Israel são mais do que apenas músicas, são expressões de pensamentos inteligentes! Encontramos outra declaração da importância da música no Tehilim 47:7 que diz: “Façam música para D’us, façam música, façam música para nosso Rei, façam música”.
Rabi Gaon de Vilna escreveu que a música é a linguagem dos “anjos”, e que certos conceitos só podem ser compreendidos através da música. Sendo assim, o chinuch de nossos filhos deve ser direcionado através da música também. A parte do céu chamada “Mao” é o lugar onde os “anjos” realizam shirá (canto); shirá é o ponto máximo em música. A música não só é a linguagem dos “anjos” como também a linguagem da Neshamáh (a “alma superior”), a alma que derivada das mais altas esferas do Céu.
Se pararmos para refletir, a mente de um recém-nascido ainda não está desenvolvida, ele ainda não desenvolveu a capacidade de compreender a linguagem das palavras, mas certamente entende perfeitamente a linguagem da música. Mas por quê?
Porque ele já ouviu a expressão sublime da música do lugar de onde veio a este mundo e por isso, a reconhece.
Quando dizemos algo a alguém, o tom da voz afeta a compreensão da mensagem, sendo assim, podemos imaginar quão melhor seria se a mensagem fosse transmitida com uma música feita sob medida para ela. As canções não expressam apenas sentimentos, mas transmitem uma compreensão mais profunda para a Neshamáh, onde os sentimentos são automaticamente despertados. Sim, automaticamente. Não devemos esquecer que os efeitos da música podem ser benéficos ou não, dependendo das palavras associadas a elas. Música pura, sem palavras associadas ou com palavras sagradas, podem elevar e trazer nossa Neshamáh para muito perto de HaShem, mas a música combinada com palavras maldosas ou vulgares têm o efeito oposto. Esse tipo de música corrompe a Neshamáh, pois transporta suas más palavras, fincando-as no coração e na Neshamáh numa profundidade muito maior do que essas mesmíssimas palavras sozinhas conseguiriam penetrar.
Hoje há novas formas de “barulhos” que não podem ser consideradas música, pois são apenas um conjunto de sons rítmicos conectados e que apelam para as mais baixas paixões e desejos das pessoas. Todos os esforços devem ser feitos para mantê-las longe de nossas casas e de nossos filhos.
O Judaísmo tornou-se a primeira – e ainda a mais notável – civilização baseada na educação, estudo e a vida da mente. O verdadeiro campo de batalha da sobrevivência judaica não é militar, mas educacional. Essa sempre foi a única maneira do nosso povo poder resistir à assimilação. E ainda é.
Portanto, usemos de nossas melhores armas! Toquemos a alma de nossos filhos! Usemos nossos melhores “instrumentos” de linguagem transcendente, com sons, música, amor, silêncio, todos esses, grandes instrumentos de ordem Divina no Chinuch!
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